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domingo, 22 de julho de 2018

Escrito por em 22.7.18 com 0 comentários

Breakers

Eu gosto bastante de falar sobre jogos de porrada aqui no átomo. O problema é que eu acho que minhas opções estão se esgotando, já que eu já falei de quase todos os antigos que eu gostava. Existe um, entretanto, sobre o qual eu de vez em quando penso em falar e desisto. Hoje, eu resolvi não desistir e começar a escrever, para ver no que ia dar. Deu até um post razoável. Hoje, portanto, é dia de Breakers no átomo.

Eu nunca vi Breakers em nenhum fliperama, nem nunca o joguei no Neo Geo que existia na locadora perto aqui de casa, na qual podíamos pagar um determinado valor para jogar durante um certo tempo. Para falar a verdade, eu nem sabia que esse jogo existia até ser apresentado por um amigo aos emuladores. Basicamente, no ano de 1997 eu fui acometido por uma febre de emuladores, e baixei todos os que consegui, assim como todos os jogos. Depois essa febre foi minguando e hoje eu já nem os tenho no meu HD, mas, enquanto eu estava empolgado, acabei até descobrindo uns jogos bem divertidos. Um deles foi Breakers.

Breakers foi lançado em 17 de dezembro de 1996 para arcades e Neo Geo, por uma empresa chamada Visco, responsável por alguns outros jogos mais ou menos desconhecidos do console, como Andro Dunos e Super Drift Out. O intuito da Visco, evidentemente, era faturar alguns trocados numa época em que qualquer jogo de luta devorava várias fichas (ou moedas, no caso dos Estados Unidos) de jogadores ávidos por novidades; algumas das características do jogo, contudo, fariam com que ele fosse um dos mais divertidos lançados para o Neo Geo por uma empresa que não fosse a SNK.

Breakers usa o esquema tradicional para os botões do Neo Geo: dois socos e dois chutes, sendo um forte e um fraco de cada. Os personagens são bastante individualizados, com os golpes normais sendo diferentes para cada um - uma "voadora", ou seja, um chute após um pulo, tem aparência diferente e acerta o oponente de forma diferente para cada um deles, por exemplo. Também são individualizados os movimento de corrida e de fuga: pressionando o direcional duas vezes rapidamente para a frente, o personagem corre na direção do inimigo, e pressionando-o rapidamente duas vezes para trás, ele foge rapidamente do alcance do inimigo, sendo que cada personagem faz isso de forma diferente - alguns rolam no chão, outros dão uns pulinhos etc. Cada personagem também possui um determinado número de golpes especiais, realizados através de movimentos do direcional seguidos dos botões de soco e chute, sendo que qualquer golpe normal pode ser "cancelado" no meio do caminho para que um especial seja usado, pegando o oponente de surpresa. Os personagens também possuem combos, com alguns golpes podendo ser "emendados" em outros de forma que o oponente não consiga defender; Breakers tem até mesmo os infames juggle combos, combos nos quais um golpe joga o oponente para cima e os demais o acertam antes de ele voltar ao chão, algo bastante comum em jogos de porrada hoje em dia, mas ainda raro em 1996. Finalmente, uma característica curiosa do jogo é que há um comando para que o personagem se levante mais rápido quando ele é derrubado por um golpe do oponente, que, se usado corretamente, pode até permitir um contra-ataque com um combo antes que o oponente perceba o que está acontecendo.

Breakers também possui a hoje onipresente barra de super, na parte inferior da tela, e que conta com quatro níveis, 0, 1, 2 e Maximum. A barra enche cada vez que o personagem atinge um oponente com qualquer tipo de golpe, exceto um super, toda vez que ele usa um especial, mesmo que não acerte o oponente, e em duas situações bizarras: a primeira é quando você provoca o oponente, o que pode ser feito através de uma combinação de botões uma vez a cada seis segundos; a segunda é quando você usa alguns tipos de ataque contra um oponente que está bloqueando. Esses tipos de ataque variam de acordo com cada personagem, ou seja, nem todos ganham barra de super quando um chute é bloqueado, por exemplo. Uma vez que a barra de super alcance o nível Maximum, todos os golpes daquele personagem passam a causar mais dano durante 6 segundos, quando a barra voltará para o nível 2. Enquanto a barra tiver pelo menos um nível diferente de 0, o personagem poderá usar seus supers, que são especiais que causam mais dano. Um especial "comum" pode ser cancelado e virar um super, pegando um oponente de surpresa, da mesma forma que um golpe normal pode ser cancelado e virar um especial.

A rigor, uma luta é em melhor de três rounds, ou seja, quem vencer dois rounds primeiro ganha a luta. Em Breakers, entretanto, é curiosamente comum um round acabar sem vencedor porque ambos os personagens ficaram sem energia ao mesmo tempo; nesse caso, uma luta pode durar até cinco rounds, sendo que o jogador não ganha nenhum ponto de bônus caso vença a luta no quinto round - e, caso no quinto round ambos fiquem sem nenhuma energia ao mesmo tempo, a vitória é sempre dada ao computador, ou, caso seja uma luta entre dois jogadores, o jogo termina automaticamente. Um dos motivos pelos quais é comum ambos ficarem sem energia ao mesmo tempo é que o jogo possui um "ajuste de dano automático", que visa fazer com que os jogadores variem seus golpes e se utilizem das características do jogo, ao invés de sair batendo a esmo ou emendando um combo no outro; basicamente, um personagem que use poucos combos ou muitos deles seguidos passa a causar cada vez menos dano, enquanto um que pega o oponente de surpresa pode causar muito mais dano com um único golpe do que se usasse o mesmo golpe como parte de um combo.

A história de Breakers é o padrão para um jogo de porrada: existe um torneio de luta, no caso chamado The Fighting Instinct Tournament, ou FIST, e lutadores do mundo inteiro se inscrevem nele por diversos motivos. Sem que ninguém saiba, porém, o organizador do torneio possui motivos escusos: seu corpo foi dominado por um antigo espírito, que planeja absorver a força vital dos concorrentes para aumentar seu poder. Ao todo, Breakers conta com oito personagens à disposição do jogador, e mais um último chefe, que na versão Neo Geo pode ser selecionado através de um truque.

O personagem principal de Breakers é, como era de se esperar, um clone do Ryu de Street Fighter II. Seu nome é Sho Kamui, e ele é um jovem artista marcial japonês que decide se inscrever no torneio para treinar suas habilidades. O rival de Sho é Lee Dao-Long, lutador sul-coreano que pratica uma arte marcial secreta conhecida como "Punho Vazio", e também está no torneio para treinar suas habilidades. A mocinha da vez é Tia Langray, nascida em Taiwan, cujos golpes, talvez não por acaso, sejam quase todos baseados em chutes. O "Blanka da vez" também é uma mulher, a brasileira Rila Estansia, criada no meio da Floresta Amazônica, que tem uma certa aparência animalesca e ataca com garras e mordidas. Dois personagens parecem não entender que não se deve usar armas em um torneio de artes marciais: Pielle Montario é um nobre italiano que luta usando uma espada de esgrima capaz de disparar rajadas elétricas, e Shiek Maherl é um príncipe árabe que luta usando uma cimitarra e pode conjurar o poder dos ventos para inflar como um balão. Já Condor Heads é um índio norte-americano cujos golpes consistem em agarrões e arremessos. Finalmente, Alsion III é um morto-vivo egípcio capaz de esticar seus membros a grandes distâncias, e que tem alguns golpes que envenenam o oponente, fazendo-o perder energia ao longo da luta.

Uma coisa curiosa em Breakers é que, antes de enfrentar o último chefe, o jogador deve enfrentar todos os oito personagens, incluindo o personagem que escolheu. Até aí nada de mais, já que isso acontece em vários outros jogos; a parte curiosa é que, em Breakers, quando você enfrenta o próprio personagem que está usando, na verdade você está enfrentando um "outro personagem", que tem um nome e uma história completamente diferentes do seu - e que, a rigor, também está participando do torneio, embora nenhuma explicação seja dada sobre o porquê de os demais personagens não terem de enfrentá-lo. Em termos de jogo, esse "outro personagem" é igualzinho ao seu, com os mesmos golpes, apenas com um nome e um esquema de cores diferentes.

Os oito "clones", com o nome do personagem que os enfrenta entre parênteses, são Jin Sawamura (Sho), lutador de caratê japonês e antigo mestre de Sho e Dao-Long; Wang Liu-Khai (Dao-Long), lutador sul-coreano cuja namorada o largou, e que decidiu se inscrever no torneio para usar o dinheiro do prêmio para realizar seu sonho de se tornar um dublador; Shelly Tarlar (Tia), kickboxer norte-americana apaixonada pelo irmão de Tia; Virgo Sandra (Rila), peruana criada na floresta por uma cobra gigante, que a ensinou a usar os poderes da floresta; George (Pielle), nobre esgrimista francês que uma vez foi assaltado durante uma viagem à Itália, desenvolvendo um ódio mortal de italianos desde então; Javar (Maherl), açougueiro espanhol que usa seu cutelo como arma durante as lutas; Red Gigars (Condor), índio norte-americano que possui um ancestral em comum com Condor e pretende derrotá-lo em combate para se tornar o novo Chefe da tribo; e Atoum (Alsion), descendente de Alsion que é fanático por tudo o que remete ao Antigo Egito, ao ponto de se vestir de múmia e aprender a esquecida arte marcial egípcia do "Pharaoh Taijutsu". Se vocês me perguntarem, eu acho essas histórias dos clones muito toscas, mas tão divertidas que acho que o jogo seria até mais interessante se eles fossem os personagens principais.

O último chefe de Breakers é Huang Bai-Hu, que, aparentemente, é o maior artista marcial do planeta e organizador do torneio FIST, que recompensará qualquer um capaz de derrotá-lo com um gordo prêmio em dinheiro. Na verdade, porém, trata-se de um espírito maligno que assassinou o verdadeiro Huang e dominou seu corpo, e que suga a essência vital dos lutadores que derrota, ficando mais forte a cada vitória.

Em 3 de julho de 1998, Breakers ganharia uma nova versão, chamada Breakers Revenge. Não se trata de uma continuação porque o jogo é exatamente o mesmo, apenas com algumas alterações aqui e ali em nome do equilíbrio entre os lutadores e da melhor jogabilidade, além de algumas mudanças estéticas como a remoção ou inclusão de alguns elementos nos cenários e uma nova aparência para as barras de energia. A maior novidade de Breakers Revenge é um novo personagem, elevando o total disponível ao jogador para nove: Saizo Tobikageno, um ninja japonês com o poder de controlar o fogo e os animais, que quer vingança contra Huang por este ter exterminado seu clã. Assim como os demais, Saizo tem um clone, enfrentado quando o jogador está jogando com ele: Yukikage, um adolescente japonês fanático por ninjitsu.

Breakers ficaria famoso por ser um dos jogos mais obscuros do Neo Geo, graças a uma estratégia de lançamento bizarra da Visco: o primeiro Breakers seria lançado para arcades no Japão, Estados Unidos e Europa, mas para Neo Geo apenas no Japão, ou seja, não seriam vendidos cartuchos de Neo Geo de Breakers fora da Terra do Sol Nascente. Já Breakers Revenge seria oficialmente lançado apenas para Arcades, e apenas no Japão - embora, como todo cartucho de Neo Geo é basicamente uma placa de arcade dentro de um cartucho, seja possível jogar a versão Neo Geo nos emuladores, e os emuladores também revelam que havia planos de lançar Breakers Revenge fora do Japão, já que nas configurações da placa é possível mudar o idioma do jogo de japonês para inglês.

Essa exclusividade toda faria com que Breakers e Breakers Revenge jamais se popularizassem; no Japão, entretanto, o jogo ganharia um certo status de cult, com jogadores fiéis até hoje - de fato, em torneios de arcade vintage, ainda são disputadas competições de Breakers Revenge, enquanto outros títulos da mesma época sequer são cogitados para fazer parte do evento.

Para terminar, vale citar que Breakers possui uma história de desenvolvimento curiosa. O jogo foi anunciado pela Visco pela primeira vez em 1993, com o nome original japonês de Tenrin no Syo Shikago (algo como "o livro celestial da luta contra a morte"); após ser escolhido o nome Crystal Legacy para o mercado norte-americano, o nome japonês seria alterado para Tenrin no Syo Crystal Legacy.

Crystal Legacy seria anunciado com grande alarde, e ganharia matérias em três revistas japonesas especializadas em games: ainda em 1993, ele estamparia a capa da primeiríssima edição tanto da Game Hisshou Guide quanto da Game Center Tenkoku, e, em 1994, ele seria abordado em uma grande matéria da Super Gamers, que, inclusive, trazia informações como os nomes dos personagens, alguns golpes e muitas fotos das telas do jogo. De acordo com o apresentado pela Super Gamers, as principais diferenças entre Crystal Legacy e Breakers eram que a barra de super só tinha um nível, todos os personagens tinham o mesmo comando para seu único super (que consistia em apertar os quatro botões ao mesmo tempo) e que os nomes de oito dos sete personagens (a exceção sendo Alsion) eram diferentes, com Sho se chamando Takeshi Kamui, Dao-Long sendo Park Tong-Shin, Pielle Montario tendo algumas letras invertidas e se chamando Pierre Montalio (o que, na minha opinião, faz mais sentido), Shiek Maherl sendo Sahl Mahal, Huang sendo russo e se chamando Rostov, e Tia, Rila e Condor tendo os nomes de seus clones Shelly Tarlar, Virgo Sandra e Red Gigars.

Crystal Legacy seria testado em um fliperama dentro de uma estação de trem japonesa em Tóquio durante o mês de junho de 1994, e apresentado em uma feira de games japonesa dois meses depois. Antes do final de 1994, porém, o jogo seria misteriosamente engavetado pela Visco. Sem maiores explicações, ele seria totalmente reformulado, para ser lançado como Breakers dois anos depois.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Escrito por em 17.10.16 com 0 comentários

The King of Fighters (III)

E hoje temos a terceira e última parte da série sobre The King of Fighters!

Apesar de marcar os dez anos da série, 2004 seria o primeiro ano desde seu lançamento a não trazer um novo KoF para o Neo Geo - justamente em 2004, a SNK decidiria interromper a produção do Neo Geo e da placa de arcades AES, para a qual seus jogos eram produzidos. Um ano antes, ela fecharia um contrato com a Sammy, para que seus jogos seguintes fossem produzidos para a placa Atomiswave. Para que um "KoF 04" não precisasse ser produzido às pressas, ela decidiria fazer primeiro um remake de KoF 02, para que a equipe de desenvolvimento se familiarizasse com a placa. Assim nasceria The King of Fighters NeoWave.

NeoWave seria uma dream match, não somente não fazendo parte da série regular, mas também não tendo qualquer história. Como é baseado em KoF 02, o jogo não traz nenhuma das novidades de KoF 03, como a possibilidade de se trocar de personagem em meio à luta. Além disso, a SNK decidiria substituir todos os personagens introduzidos pela Eolith por outros mais antigos. Em termos gráficos, NeoWave acabaria sendo uma decepção, com os personagens sendo "reaproveitados" de KoF 02, sem nenhuma melhoria na aparência ou animação, e sem golpes novos; os cenários, pelo menos, seriam todos novos e desenhados em alta definição. Também seriam bastante criticados o fato de que não há nenhum personagem novo; o de que não o jogo não tem win quotes, aquelas telas nas quais o vencedor da luta se gaba com uma frase de efeito; e a trilha sonora, considerada fraca e pouco memorável.

Em termos de jogabilidade, a maior novidade é que agora são cinco botões, sendo que um deles é usado para ativar o modo Heat, que aumenta o dano causado por todos os golpes do personagem, mas faz com que sua energia diminua sozinha enquanto ele estiver ativado. O modo Heat pode ser desativado voluntariamente, mas, uma vez desativado, só poderá ser ativado novamente após um dos personagens envolvidos na luta ser nocauteado - ou seja, um mesmo personagem pode usar o modo Heat até três vezes, desde que nocauteie seus dois primeiros oponentes. Além do modo Heat, NeoWave traz três estilos de barra de super que podem ser selecionados pelo jogador após escolher os personagens; em todos eles, a barra enche conforme o personagem acerta o oponente, mesmo que ele bloqueie. No SC Mode (de Super Cancel), a barra de super tem três níveis, podendo um deles ser gasto para se usar um super ou dois para se usar um golpe MAX; além disso, um nível da barra pode ser gasto para se cancelar um especial comum e usar imediatamente um super, cancelar um super e usar um MAX, cancelar um bloqueio para usar um golpe que derruba o oponente, ou para escapar de um combo com um pulo para trás. Já no GB Mode (de Guard Breaker), a barra de super tem apenas dois níveis, com mais uma vez um sendo gasto para supers e dois para MAX; um nível também pode ser gasto para escapar de um ataque quando se está bloqueando, para escapar de um combo, e para o tal Guard Breaker, um ataque impossível de ser bloqueado e que derruba o oponente, mas que tira pouca energia; a principal característica desse modo, porém, é que, bloqueando no momento certo, o personagem deixa o oponente aberto para um contra-ataque, também impossível de ser bloqueado. Finalmente, no M2 Mode (de MAX 2), a barra de super só tem um nível, que pode ser gasto para usar um super ou Guard Breaker; o personagem só pode usar os golpes MAX se sua energia estiver piscando, abaixo dos 25% do total, mas, em compensação, se a barra de super estiver cheia e a de energia piscando, o personagem poderá usar um poderosíssimo golpe MAX2.

Como já foi dito, NeoWave não tem nenhum personagem novo, com todos os 36 à disposição do jogador sendo antigos: Kyo, Benimaru, Daimon, K', Maxima, Whip, Iori, Mature, Vice, Yashiro, Shermie, Chris, Terry, Andy, Joe, Athena, Kensou, Chin, Yamazaki, Mary, Billy, Ryo, Robert, Takuma, Leona, Ralf, Clark, Saisyu, Kula, Shingo, Jhun, Choi, Chang, Mai, Yuri e King. O jogo conta ainda com seis personagens secretos: Kim, Vanessa, Ramon, Orochi Yashiro, Orochi Shermie e Orochi Chris. O último chefe é Geese, mas, curiosamente, ele está com a aparência de gângster jovem com a qual aparece em Art of Fighting 2.

NeoWave seria lançado em julho de 2004 para arcades, em 2005 para Playstation 2, e em 2006 para Xbox. As versões caseiras são bem fiéis à do arcade, com a do Xbox permitindo que se jogue online; a versão Playstation 2 também inclui cinco personagens novos (May Lee, Angel, Seth, Kusanagi e Rugal, o que faz com que K9999 seja o único personagem de KoF 02 a não aparecer nessa versão), enquanto a Xbox traz três (Seth, Kusanagi e Rugal).

Junto com NeoWave, a SNK produziria outro jogo que não faz parte oficialmente da série. Em meados da década de 1990, os jogos de luta poligonais em 3D, representados por Virtua Fighter e Tekken, dentre outros, começaram a ganhar espaço, e muitos até alcançavam mais popularidade que seus antecessores em 2D nos arcades japoneses. Para não ficar para trás, é lógico que Capcom e SNK, as duas maiores produtoras de jogos de luta em 2D, também se arriscariam no 3D, a Capcom com Street Fighter EX e Final Fight Revenge, a SNK com a placa Hyper Neo Geo 64. Os projetos de ambas seriam grandes fracassos, porém, e logo elas voltariam à produção de jogos de luta em 2D; para a Hyper Neo Geo 64, por exemplo, apenas um total de sete jogos seriam produzidos e somente quatro deles eram de luta: Fatal Fury: Wild Ambition, Samurai Shodown 64, Samurai Shodown 64: Warrior's Rage e Buriki One (que, de certa forma, pertence à série Art of Fighting). Nenhum KoF jamais chegou a ser planejado para a plataforma.

Em 2004, entretanto, com a tecnologia estando mais avançada, e com o surgimento de consoles que permitissem jogos de luta em 3D com bons gráficos e velocidade satisfatória, a SNK decidiria tentar mais uma vez, e produziria The King of Fighters: Maximum Impact, lançado em 2004 para o Playstation 2 e no ano seguinte para Xbox, com o nome de The King of Fighters Maximum Impact Maniax, embora a única diferença entre ambos fosse o fato de que a versão Xbox permitia jogar online. Mas, de certa forma, Maximum Impact é KoF só no nome: para começar, as lutas não são entre times de três (essa opção existe apenas no modo versus), com o jogador escolhendo apenas um único personagem. Além disso, o torneio do qual os personagens participam não é o King of Fighters, mas o Mephistopheles Fighting Tournament. Na jogabilidade, Maximum Impact também se parece mais com Tekken que com KoF, com mais ênfase em combos e movimentos rápidos que em especiais e supers, mas com uma diferença: além de ser um KoF "falso", Maximum Impact é um 3D "falso", já que somente os gráficos são poligonais, com toda a ação correndo em um plano 2D - ou seja, não é possível "girar o cenário", se movendo livremente para o fundo e para a frente deste, como em Virtua Fighter ou Tekken, com os personagens podendo apenas se mover para frente, para trás, e pular.

No enredo, Maximum Impact é uma espécie de remake de Fatal Fury: há anos, a gangue Addes é a mais poderosa de South Town, liderada por um homem conhecido apenas como Fate, que age como Robin Hood, roubando dos ricos para dar aos mais pobres. Fate adotou dois irmão gêmeos órfãos, Alba e Soiree Meira (que, apesar dos nomes, são dois homens), e os treinou para ser seus sucessores, ensinando-os a lutar sempre limpo e a sempre ajudar os menos favorecidos. Seis meses antes dos eventos de Maximum Impact, porém, Fate é assassinado por Duke, líder da gangue Mephistopheles, que, então, passa a aterrorizar South Town, dominando as áreas mais pobres e explorando sua população em proveito próprio. Os irmãos Meira não têm condições de enfrentar Duke e sua gangue diretamente, até que tomam conhecimento do tal torneio de luta - que, para todos os propósitos, é organizado por uma ONG chamada Metatron Foundation, e tem como objetivo arrecadar dinheiro para a caridade, mas, na verdade, busca recrutar novos membros para a Mephistopheles - e decidem se inscrever por ver nele a chance de derrotar Duke de uma vez por todas.

Maximum Impact tem um total de 19 personagens à disposição do jogador, sendo que 13 deles vêm da série KoF: Kyo, Iori, Leona, K', Maxima, Seth, Terry, Mai, Ryo, Yuri, Ralf, Clark e Athena. Os novos são Rock Howard, de Garou: Mark of the Wolves, filho de Geese criado por Terry; Alba Meira, o disciplinado novo líder da gangue Addes, de certa forma inspirado em Terry; Soiree Meira, irmão gêmeo ninja e mais esquentado de Alba, de certa forma inspirado em Andy; Lien Neville, assassina profissional inglesa com um penteado anos 1970 e roupas provocantes, originalmente enviada por um contratante misterioso para matar Duke, mas que passou a trabalhar para ele após ele lhe pagar mais dinheiro; Mignon Beart, bruxa adolescente em treinamento que resolveu entrar no torneio para se testar; e Chae Lim, lutadora de taekwondo que substitui Kim Kaphwan - originalmente, Kim estaria no jogo usando uma máscara e com o nome de "Mr. Taekwondo", mas, diante da resistência da equipe de desenvolvimento, que não gostou da ideia, optaram por substituí-lo por um personagem novo. O último chefe, evidentemente, é Duke, que passa a ser selecionável após você terminar o jogo com Alba e Soiree. Falando nisso, Alba, Soiree e Lien são os únicos que sabem de antemão que o torneio é organizado pela Mephistopheles, então suas histórias, no modo para um jogador, são substancialmente diferentes das dos demais.

A série regular retornaria em 2005, com o primeiro jogo a não trazer o ano de seu lançamento em seu título. The King of Fighters XI (já que, se o 94 era o I, o 2003 era o X) seria lançado para arcades (para a placa Atomiswave) e Playstation 2, e retomaria a Saga dos Tesouros Sagrados. No final de KoF 03, Ash se aproveitaria da confusão criada com a derrota de Mukai e roubaria os poderes de Chizuru; com o início de um novo torneio King of Fighters, organizado pela misteriosa Shion, Kyo e Iori planejam confrontá-lo e obter os poderes de Chizuru de volta - sem saber que, tendo tomado gosto pelo negócio, agora Ash quer os deles também.

KoF XI teria um total de 33 personagens à disposição do jogador. Os 28 antigos seriam Ash, Shen, Benimaru, Duolon, Terry, Kim, Ryo, King, Yuri, Gato, Tizoc, Ralf, Clark, Whip, Athena, Kensou, Mary, Ramon, Vanessa, Kasumi, Malin, K', Maxima, Kula, Shingo, Kyo, Iori e Eiji, em sua primeira aparição desde KoF 95. Os cinco novos são Elisabeth Blanctorche, enviada por um culto secreto para matar Ash antes que ele consiga obter os poderes dos Tesouros Sagrados; Momoko, lutadora de capoeira fã número 1 de Athena; Oswald, irlandês jogador de baralho que usa as cartas como armas; Duck King (de Fatal Fury) e Bonne Jennet (de Garou: Mark of the Wolves). Pela primeira vez, o jogo conta com "subchefes secretos", personagens que podem ser enfrentados ao se alcançar certos requisitos: Sho Hayate (de Savage Reign), Gai Tendo (de Buriki One), Silber (também de Buriki One), Jyazu (de Kizuna Encounter) e Adel. Todos os cinco podem ser selecionáveis, desde que a máquina permaneça ligada ininterruptamente durante um certo período de tempo (720 horas para liberar Adel, 1200 para Silber, por exemplo). Para todos os efeitos, o último chefe é Shion, moça que usa uma lança de três vezes o seu tamanho como arma, mas, após derrotá-la, o jogador se vê enfrentando Magaki, talvez o chefe mais difícil de um jogo de KoF (mesmo com os jogos anteriores tendo uns já quase impossíveis), um demônio que começa lutando em forma humana, mas depois assume uma forma demoníaca capaz de abrir buracos na fábrica do espaço-tempo. Também um membro da raça Those From the Past, Magaki tenta triunfar onde Mukai falhou, roubando os poderes dos Tesouros Sagrados para libertar Orochi.

Vale dizer que a lista de personagens de KoF XI seria bastante controversa, por não trazer alguns que já estavam na série há bastante tempo e eram considerados preferidos dos jogadores, como Mai, Leona e Robert. Para tentar remediar a situação, a versão Playstation 2, além de trazer truques para se poder selecionar os cinco subchefes secretos, ainda incluiu sete novos personagens secretos, dois deles aparecendo pela primeira vez na série: Mai, Robert, Geese, Mr. Big, Tung Fu Rue (de Fatal Fury), Hotaru Futaba (de Garou: Mark of the Wolves) e EX Kyo Kusanagi (Kyo com a roupa e os golpes de KoF 99). Curiosamente, esses personagens eram todos reciclados da versão Playstation 2 de Neo Geo Battle Coliseum, usando os mesmos gráficos e golpes desta.

Em termos de jogabilidade, KoF XI é bastante parecido com KoF 03 - ou seja, é possível trocar de personagem em meio à luta - com algumas novidades. Para começar, agora cada personagem tem duas barras de super, a tradicional, chamada Power Stock, e uma chamada Skill Stock. A Power Stock tem um máximo de três níveis, enche conforme o personagem atinge o oponente, mesmo que ele bloqueie, e um de seus níveis pode ser usado para um super, um Switch-Off Attack, ou um Guard Breaker; um Dream Cancel (interromper um especial para usar um super, que o oponente não poderá bloquear) gasta dois níveis da Power Stock. Já a Skill Stock enche sozinha, tem dois níveis, e um deles pode ser usado para um Quick Shift (que agora permite trocar de personagem enquanto o primeiro está aplicando um combo, com o segundo continuando o combo de onde o primeiro estava) ou escapar de um combo com um pulo para trás; um Saving Shift (trocar de personagem enquanto ele está sofrendo um combo, interrompendo a sequência do oponente) gasta dois níveis da Skill Stock. Não há mais o Change OK, com as mudanças de personagem podendo ser feitas livremente. Outra novidade é a adição da Judgement Bar, um semicírculo abaixo do tempo restante de luta, com um marcador que aponta para o personagem que está lutando melhor; se o tempo se esgotar, o vencedor será aquele para o qual o marcador está apontando, mesmo que ele tenha menos energia restante que o outro.

Em 2006, seria lançada uma sequência para Maximum Impact, chamada no mundo inteiro de The King of Fighters: Maximum Impact 2, exceto nos Estados Unidos, onde, por razões contratuais de marketing, receberia o bizarro nome de The King of Fighters 2006, mesmo sem fazer parte da série original. Lançado exclusivamente para Playstation 2, em Maximum Impact 2 a Addes voltaria a ser a gangue dominante em South Town, após a derrota de Duke e da Mephistopheles; mas, quando Jivatma, o fundador da Addes, retorna e retira Alba do comando, Alba descobre que, sob o controle de Jivatma, South Town será ainda mais explorada que sob o comando de Duke. Alba então decide organizar o Addes Fighting Tournament, para que um dos participantes, de preferência ele mesmo, possa derrotar Jivatma, encerrando o ciclo de terror de uma vez por todas.

Maximum Impact 2 tem jogabilidade bem parecida com a de seu antecessor, com a diferença de que agora é possível usar o sidestep (avançando para o fundo ou para a frente do cenário e girando-o, embora bem pouco), o que o torna mais próximo de um verdadeiro jogo de luta em 3D. Ao todo, 24 personagens estão disponíveis desde o início, sendo 22 antigos (Alba, Soiree, Kyo, Iori, Terry, Rock, Ryo, Yuri, Mignon, Leona, Ralf, Clark, K', Maxima, Mai, Athena, Chae, Lien, Seth, Duke, Billy e Kula) e apenas dois novos (a bailarina Luise Meyrink, que também atua como subchefe, e está no torneio em busca de seu pai, ex-membro da Addes atualmente desaparecido; e a adolescente Nagase, que teve sua força geneticamente modificada e sua inteligência ampliada por um implante cibernético, e decidiu participar do torneio para testar seus limites). O jogo conta ainda com 14 personagens secretos, incluindo Jivatma, que é também o último chefe; Kim; Jennet; Richard Meyer (de Fatal Fury); Hanzo Hattori (de Samurai Shodown); Fio (de Metal Slug); Nightmare Geese (Geese com a roupa e os golpes de Real Bout Fatal Fury 2); Kyo Kusanagi Classic (Kyo com a roupa e os golpes de KoF 95); Wild Wolf (Terry com a roupa e os golpes de Garou: Mark of the Wolves); Mr. Karate II (Ryo com a roupa e os golpes de Buriki One); Armor Ralf (Ralf com uma armadura especial que o torna imune a combos e causa mais dano quando o oponente está defendendo); Hyena (um capanga de Duke que atuava como comentarista no primeiro Maximum Impact); Ninon Beart (a irmã mais nova de Mignon, também uma bruxa em treinamento, mas adepta da magia negra) e Lilly Kane (a irmã mais nova de Billy). Vale citar também que o jogo tem várias roupas alternativas para cada personagem, a maioria delas precisando ser liberada ao se preencher certos requisitos, e algumas sendo homenagens a outros jogos da SNK: Geese, por exemplo, tem uma roupa alternativa de Goenitz e uma de Mukai; Mai tem uma de Andy e uma de Cham Cham (de Samurai Shodown 2); Ralf tem uma de Marco, e Clark uma de Tarma (ambos de Metal Slug) etc.

Maximum Impact 2 ganharia uma versão para arcades em 2007, chamada The King of Fighters: Maximum Impact - Regulation A. Lançada para a placa Type X2 da Taito, e não para a a Atomiswave, Regulation A, além de consertar alguns bugs e realizar algumas mudanças para equilibrar os personagens, trazia um novo cenário e quatro personagens novos: Ash, Mary, Xiao Lon (a irmã ainda viva de Duolon) e Makoto Mizoguchi (de Fighter's History); em compensação, Armor Ralf não está presente, e cada personagem tem apenas duas roupas alternativas, enquanto no jogo original cada um tinha de duas a quatro. Regulation A ganharia uma versão para Playstaytion 2, mas lançada exclusivamente no Japão.

A escolha da Taito Type X2 para Regulation A não se daria por acaso; insatisfeita com a Atomiswave após usá-la para NeoWave e KoF XI, a SNK buscaria por uma placa mais poderosa para dar continuidade à série, e acabaria fechando o contrato com a Taito. A troca de placa e problemas internos na equipe de desenvolvimento, entretanto, levariam a um grande atraso, que, por sua vez, causaria uma mudança de planos. Assim, não somente 2007 seria o primeiro ano desde o início da série a não ter o lançamento de nenhum KoF, como também o jogo seguinte, The King of Fighters XII, lançado apenas em 2009, para arcades, Playstation 3 e Xbox 360, seria uma dream match, modificando a ordem das duas trilogias anteriores - que tiveram três jogos parte da história seguidos com uma dream match no final.

KoF XII tem apenas 20 personagens à disposição do jogador, e apenas um deles é novo, Raiden, de Fatal Fury; os antigos são Ash, Duolon, Shen, Kyo, Benimaru, Daimon, Iori, Athena, Kensou, Chin, Terry, Andy, Joe, Kim, Ryo, Robert, Leona, Ralf e Clark - as versões caseiras também incluem Mature e Elisabeth. À exceção, obviamente, de Ash, Duolon, Shen, Raiden e Elisabeth, todos os personagens possuem a aparência e os golpes de KoF 98, por uma decisão da SNK de fazer o jogo mais parecido com os "clássicos"; em compensação, todos ganharam novos gráficos, redesenhados em alta definição, e novas animações bem mais fluidas, na primeira vez em que isso foi feito desde KoF 96. KoF XII também é o primeiro KoF a trazer o zoom conforme os personagens se afastam e se aproximam, ao estilo de Art of Fighting.

A maior novidade na jogabilidade é a adição de uma nova barra, chamada Critical Counter, que enche conforme o jogador recebe dano; quando ela está totalmente cheia, se o personagem acertar um soco forte no oponente no exato momento em que está sendo atacado, entrará no Critical Counter Mode, durante o qual a barra esvazia lentamente e, até que ela esvazie completamente, ele poderá usar quaisquer ataques normais para formar um combo, que pode ser encerrado com um especial. Outras novidades são o Guard Attack, sistema com o qual é possível cancelar um ataque do oponente (inclusive supers) com um golpe específico aplicado no momento correto; e o Deadlock, sistema no qual, se ambos os personagens se atingirem simultaneamente, serão jogados cada um para um canto da tela sem sofrer nenhum dano. Não é possível trocar de personagem durante a luta, e a Skill Stock e a Judgement Bar foram removidas, mas o Guard Breaker agora pode ser usado livremente, sem gastar barra de super.

Kof XII seria muito criticado, não somente por não trazer muitos dos personagens queridos pelos fãs - como Mai, Mary, King, Takuma, K' e Maxima - mas também por ter a aparência de um "produto incompleto". Vocês devem ter reparado, por exemplo, que em nenhum momento eu mencionei um último chefe; isso foi porque KoF XII simplesmente não tem um. Além de não ter qualquer história, o jogo não tem finais, sendo o modo para um jogador uma espécie de Time Attack, no qual você tem um tempo pré-determinado para derrotar cinco times controlados pelo computador; se conseguir, é Congratulations, se perder uma das lutas ou o tempo se esgotar, é Game Over.

A Saga dos Tesouros Sagrados se concluiria em The King of Fighters XIII, lançado em 2010 para arcades (Taito Type X2), Playstation 3, Xbox 360 e Windows (com o nome de The King of Fighters XIII: Steam Edition), com uma versão simplificada sendo lançada para iOS (com o nome de The King of Fighters-i) e Android (com o nome de The King of Fighters Android), com versões modificadas para correções de bugs e equilíbrio dos personagens sendo lançadas em 2012 para arcades (com o nome de The King of Fighters XIII: Climax) e iOS (The King of Fighters-i 2012). Após os eventos de KoF XI, Ash roubou também os poderes de Iori, e agora planeja roubar também os de Kyo. Entretanto, Those From the Past (aqui chamados, por alguma razão, de Those From the Distant Land, "aqueles da terra distante"), têm outros planos, e pretendem usar o próprio Ash para alcançar seu objetivo de libertar Orochi. Um novo torneio King of Fighters é organizado, e agora é a própria sobrevivência do planeta Terra que está em jogo.

KoF XIII conta com 31 personagens à disposição do jogador; o único novo é Hwa Jai (de Fatal Fury), sendo os demais antigos (Ash, Duolon, Shen, Elisabeth, Kyo, Benimaru, Daimon, Terry, Andy, Joe, Ryo, Robert, Takuma, Leona, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Chin, King, Mai, Yuri, Kim, Raiden, Iori, Mature, Vice, K', Maxima e Kula). Para todos os efeitos, o último chefe é Saiki, o líder de Those From the Past, que contratou Ash para roubar os poderes dos Tesouros Sagrados, usando Mukai e Magaki como distração; após ele ser derrotado, porém, Ash rouba também seus poderes, se transformando em Dark Ash e sendo também o último chefe do jogo. As versões caseiras trazem Billy e a versão humana de Saiki (sendo sua versão demoníaca, que posa de último chefe, renomeada para True Saiki) como personagens secretos, liberados após alguns requisitos serem cumpridos, e três personagens extras, que podem ser adquiridos separadamente como Downloadable Content (DLC): EX Iori Yagami (Iori com seus poderes, já que no jogo original eles foram roubados por Ash), Kyo Kusanagi NESTS (Kyo com a roupa e os golpes de KoF 02) e Mr. Karate.

KoF XIII traz os mesmos gráficos em alta definição de KoF XII, mas sem o zoom. A jogabilidade é a mesma de KoF XI, mas sem a possibilidade de se trocar de lutador no meio da luta, e sem a Judgement Bar; além do retorno da Skill Stock, agora há também a Guard Gauge, barra que diminui conforme o personagem bloqueia golpes do oponente, e, após ela se esvaziar, enquanto está enchendo sozinha lentamente, o personagem fica incapaz de bloquear. O jogo conta ainda com os golpes Neo MAX, que gastam três níveis da barra de super; e com a possibilidade de se usar especiais e supers EX, sendo que um especial EX é uma versão mais poderosa de um especial comum, mas que gasta uma barra de super, e um super EX é uma versão ainda mais poderosa de um super, que gasta duas barras.

Após KoF XIII, a série faria uma longa parada, com nada menos que cinco anos seguidos sem o lançamento de um novo KoF. O jogo seguinte da série, The King of Fighters XIV, só seria lançado em agosto de 2016, exclusivamente para Playstation 4 - o que faria dele o primeiro jogo da série regular a não ter uma versão para arcades.

KoF XIV traz nada menos que 48 personagens à disposição do jogador, com 16 sendo novos: Sylvie Paula Paula, que ganhou poderes eletromagnéticos após sofrer experimentos nas mãos da NESTS; Kukri, que jamais revela seu rosto e tem o estranho poder de controlar a areia; Mian, garota chinesa que luta seguindo os movimentos da Ópera Tradicional de Sichuan e esconde seu rosto com uma máscara; Nelson, boxeador brasileiro que usa uma prótese robótica no lugar do braço esquerdo; Zarina, uma dançarina colombiana; Bandeiras Hattori, o primeiro ninja sul-americano da história; Gang-Il, o mestre de Kim; Luong, lutadora maligna de taekwondo com um objetivo secreto; King of Dinosaurs, luchador mexicano que usa uma roupa de dinossauro; Mui Mui, lutadora de kung fu em busca de um conjunto de joias sagradas com poderes místicos; Love Heart, uma pirata de outra dimensão que comanda um navio voador; Xanadu, criminoso que escapou de uma prisão subterrânea; Shun'ei, que tem o poder de criar ilusões; Meitenkun, lutador sonolento que está sempre segurando um travesseiro; Hein, enxadrista sádico cujos golpes têm nomes de jogadas de xadrez; e Alice, a fã número um de Terry, que tenta imitar seu estilo de luta; os antigos são Kyo, Benimaru, Daimon, Iori, Mature, Vice, Kim, Choi, Chang, Ramon, Angel, Nakoruru, Tung, K', Kula, Maxima, Leona, Ralf, Clark, Geese, Billy, Terry, Andy, Joe, Ryo, Robert, Yuri, Athena, Kensou, Chin, King e Mai. O último chefe, para todos os propósitos, é Antonov, bilionário que se autointitula "o primeiro campeão" e está organizando essa versão do torneio; o verdadeiro último chefe, porém, é Verse, mas seu propósito ainda é desconhecido.

KoF XIV, portanto, inaugura uma nova saga, que provavelmente será composta de três jogos nos quais a história se desenvolverá e uma dream match. Em que ordem eles serão lançados e quando, porém, somente o tempo dirá.

The King of Fighters

Parte 3

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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Escrito por em 26.9.16 com 0 comentários

The King of Fighters (II)

E hoje teremos a segunda parte da série sobre The King of Fighters!

Com a derrota de Orochi e o fim oficial da Saga de Orochi, a SNK decidiria, após seu jogo de dream match, iniciar uma nova trilogia, que se tornaria conhecida como "Crônicas da NESTS". NESTS, no caso, não é uma sigla (ou, se é, ninguém nunca se preocupou em dizer o que ela significa), e sim o nome de um cartel criminoso, cujo objetivo era derrotar os lutadores mais poderosos do planeta para, então, dominar o mundo. Por mais bizarro que isso possa parecer, a principal prática que a NESTS adotava para alcançar seus objetivos era clonar Kyo Kusanagi, usando, então, seus clones para tentar derrotar os demais lutadores.

O primeiro jogo das Crônicas da NESTS seria The King of Fighters '99: Millennium Battle, lançado em julho de 1999 para arcades, e mais tarde para Neo Geo, Playstation, Dreamcast e Windows (para esses dois últimos com o nome de The King of Fighters '99 Evolution, e com cenários redesenhados com polígonos). Ambientado dois anos após o último torneio (que, a rigor, foi KoF 97, já que KoF 98 era uma dream match), KoF 99 começa com vários lutadores recebendo convites para um torneio secreto, que promete dinheiro e glória para seu vencedor, mas na verdade, obviamente, é uma armadilha da NESTS.

KoF 99 traria uma grande novidade para o sistema de jogo, os strikers. Basicamente, cada time agora era formado não por três, mas por quatro lutadores, mas um deles seria um striker, e não participaria diretamente da luta, servindo apenas como apoio - explicando melhor, o sistema de lutas continuava exatamente o mesmo, três contra três com o seguinte entrando na luta após o anterior ser derrotado, mas, a qualquer momento, o striker podia ser chamado para aplicar um especial e sair, mais ou menos como os helpers de Marvel vs. Capcom. Cada striker podia ser chamado um número limitado de vezes por luta, representado por um número de símbolos presentes no local onde a barra de super costumava ficar. Pode parecer pouca coisa, mas, antes de cada luta, o jogador poderia escolher quais três iriam lutar e quem ficaria como striker, ou seja, o sistema abria muito mais espaço para estratégia, permitindo que o time mudasse a cada luta. O jogo dividia os lutadores em times de quatro, mas, como nos últimos jogos da série, a escolha do jogador era completamente livre, não precisando respeitar os times fixos.

Outra modificação era que KoF 99 não tinha mais o modo Extra, com os times sempre atuando no modo Advanced (que, aliás, não tinha nome, já que não era preciso escolhê-lo), mas com uma novidade: ao custo de um nível da barra de super (que agora fica na parte de cima da tela, logo abaixo da barra de energia), o personagem poderia assumir dois modos de luta temporários: o Counter, durante o qual o dano de todos os ataques ganha um bônus, e o uso de super especiais é ilimitado; ou o Armor, durante o qual o dano de todos os ataques do oponente é reduzido, mas não é permitido usar super especiais. A rolagem também passou a funcionar de forma diferente: ao invés de simplesmente rolar para trás, o personagem agora se distanciava um pouco e saltava novamente para a frente, o que permitia emendar a esquiva em um ataque.

KoF 99 tem um total de 30 personagens à disposição do jogador, sendo seis novos: K' (pronunciado "kêi-désh"), um homem sem memória que teve sua agilidade ampliada e ganhou poderes sobre o fogo após a NESTS submetê-lo a um tratamento usando genes de Kyo; Maxima, originalmente do jogo Robo Army, que teve sua força ampliada por implantes cibernéticos desenvolvidos pela NESTS, designado para ser parceiro de K' mas que acabou se tornando também seu melhor amigo; Whip, garota de passado misterioso (pois, na verdade, é um clone da irmã de K') que secretamente trabalha para a NESTS e usa como arma um chicote; Bao, o novo parceiro de Athena e Kensou, que também tem poderes psiônicos, e, graças à sua voz irritante e roupas ridículas, logo se tornaria um dos personagens mais odiados da série; Jhun Hoon, amigo e rival de Kim Kaphwan; e Li Xiangfei, de Real Bout Fatal Fury 2. Os antigos são Benimaru, Shingo, Terry, Andy, Joe, Mai, Ryo, Robert, Yuri, Takuma, Leona, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Chin, King, Mary, Kazumi, Kim, Choi e Chang.

A princípio, Kyo e Iori não estariam no jogo, para dissociar a nova saga completamente da anterior; após os grupos de teste se mostrarem bastante insatisfeitos com a ausência, a SNK decidiria adicioná-los, mas como personagens secretos, e com Kyo ganhando um novo uniforme e novos golpes. Além deles, também seriam secretos, mas depois acabariam estando no jogo desde o início, dois clones de Kyo, Kyo-1 (que usa os golpes de KoF 94 e 95) e Kyo-2 (que usa os golpes de KoF 96 e 97). O último chefe é Krizalid, um humano artificial criado pela NESTS a partir do DNA de Kyo (tecnicamente, um clone, embora sua aparência seja totalmente diferente da de Kyo), que tem duas "formas": na primeira, ele luta usando uma jaqueta especial que analisa o oponente e registra seus golpes; na segunda, ele abandona a jaqueta, e se torna muito mais ágil e forte - como se a jaqueta tivesse repassado as informações para seu corpo.

Em janeiro de 2000, a SNK lançaria, para o Neo Geo Pocket Color, um jogo que, oficialmente, não é parte da série KoF, mas que merece ser comentado aqui. SNK Gals Fighters traz lutadoras femininas de diversos jogos da SNK, competindo em um torneio chamado The Queen of Fighters ("a rainha das lutadoras"), organizado pela misteriosa Miss X, que oferece à campeã do torneio o lendário Talismã K', capaz de realizar qualquer desejo. Assim como KoF R-1 e R-2, os gráficos de Gals Fighters são em estilo super deformed, mas as lutas são um contra um, e o jogo tem um tom bem mais humorístico que os demais jogos da SNK, como se fosse uma paródia. Em termos de jogabilidade, a principal novidade é o Pretty Burst, que gasta um nível da barra de super e realiza um efeito específico para cada personagem, como recuperar um pouco de energia ou diminuir a barra de super do oponente. Dependendo de seu desempenho nas lutas, você também pode ganhar itens que podem ser equipados às lutadoras, com efeitos como acrescentar mais níveis à barra de super ou diminuir o dano sofrido quando se bloqueia. Cada personagem conta também com uma provocação, que não tem nenhum efeito no jogo, mas traz efeitos cômicos ou fofos dependendo da personagem que está provocando.

As personagens à disposição do jogador são Mai Shiranui (que quer o talismã para desejar que Andy se case com ela), Yuri Sakazaki (cujo desejo é abrir seu próprio dojo, e tem um especial no qual Mr. Karate vem em seu auxílio lançando uma magia imensa), Athena Asamiya (que muda de roupa durante vários golpes, tem um especial no qual chama Kensou para sofrer o dano de um ataque do oponente em seu lugar, e seu desejo, acreditem ou não, é ter o cabelo comprido), Leona (cujo desejo é se livrar do sangue de Orochi), Nakoruru (que tem especiais que usam sua águia Mamahaha, seu lobo Shikurou e sua irmã, Rimururu, e deseja poder retornar para sua própria época, da qual foi trazida contra a vontade), Shermie (que deseja uma nova casa para seu hamster de estimação), Shiki (de Samurai Shodown 64, que deseja voltar a ver seu filho) e Akari Ichijo (de The Last Blade, que tem um especial no qual se transforma no oponente, podendo usar todos os seus golpes, um no qual conta com a ajuda de Chang, um no qual chama Juzoh, também de The Last Blade, para lutar em seu lugar, e ainda não conseguiu se decidir sobre qual seria seu desejo). O jogo conta ainda com duas personagens secretas, Whip, que deseja se tornar uma menina de verdade, e Yuki Kushinada, a namorada de Kyo, que até então havia aparecido apenas em cut scenes e finais dos jogos de KoF, em sua única aparição até hoje como uma personagem selecionável, e que quer o talismã para desejar o fim da rivalidade entre Kyo e Iori. A última chefe é Miss X, que, na verdade, é Iori vestido de mulher - e que não consegue enganar ninguém, já que todas percebem isso assim que a luta contra ele começa.

A história da NESTS continuaria em The King of Fighters 2000, lançado em julho de 2000 para arcades e mais tarde para Neo Geo e Dreamcast. Após os incidentes do último torneio, Heidern decide investigar a fundo a NESTS, e, com a ajuda de um antigo aliado militar, chamado Ling, decide organizar um torneio de fachada, para atrair K' e Maxima e tentar capturá-los e descobrir as reais intenções da organização criminosa.

KoF 2000 traz 34 personagens. Os antigos são Kyo, Iori, K', Maxima, Benimaru, Shingo, Leona, Ralf, Clark, Whip, Terry, Andy, Joe, Mary, Ryo, Robert, Takuma, King, Athena, Kensou, Chin, Bao, Mai, Yuri, Kazumi, Kim, Choi, Chang e Jhun. Os cinco personagens novos, por qualquer razão, não têm nenhuma história: Vanessa é uma agente secreta que luta boxe; Seth é outro agente secreto, que se parece um pouco com Mr. T; Ramon é um mexicano lutador de luta livre com um tapa olho; Lin é um ninja careca e meio psicopata; e Hinako é uma colegial que sonha se tornar uma lutadora profissional. KoF 2000 tem uma subchefe que pode ser selecionada através de um truque, Kula Diamond, que tem poderes sobre o gelo e se move como uma patinadora. O último chefe é o vice-presidente da NESTS, Zero - ou melhor, um clone de Zero com força e agilidade ampliadas.

KoF 2000 não tem nenhuma alteração na jogabilidade, exceto no sistema de strikers: agora, é possível usar um striker como parte de um combo, em conjunto com um especial (criando o equivalente a um combo duplo de Marvel vs. Capcom) e ganhar um novo uso do striker ao custo de um nível da barra de super. Mas a maior novidade do sistema de strikers está no fato de que, após escolher seu striker, você pode escolher se quer usar ele mesmo ou um "striker alternativo" (oficialmente chamado another striker), versões alternativas dos personagens do jogo ou personagens vindos de outros jogos da SNK. A lista de another strikers é bastante interessante: Syo Kirishima (o protótipo de Kyo), Vice & Mature, Another K' (K' antes do tratamento da NESTS), Rocky (de Robo Army), Another Benimaru (com os golpes de KoF 94), Kyoko (menina que se veste como Kyo e tenta imitar seus golpes), Goenitz, Yashiro, Shermie, Chris, Geese Howard, Billy Kane, Duck King, Yamazaki, Kaede (de The Last Blade), Another Robert (com os golpes de Art of Fighting), Gai Tendo (de Buriki One), King Lion (de Savage Reign), Another Athena (com a aparência do jogo Athena), Another Kensou (com a aparência do jogo Psycho Soldier), Baitang (um urso panda), Kaoru Watabe (uma colegial fã de Athena), Chizuru, Nakoruru, Li Xiangfei, Kim Sue Il (de Kizuna Encounter), Kim Dong Hwan (de Garou: Mark of the Wolves), Kim Jae Hoon (idem), Kang Baedal (de Fight Fever), Fio (de Metal Slug), Daemon, Duke (de Burning Fight), Eiji Kisaragi, Lilly Kane (a irmã caçula de Billy) e Foxy (uma agente da NESTS responsável por acompanhar Kula).

Mas, mais interessante ainda, é a lista de "strikers secretos", ou maniac strikers: Neo & Geo (de Quiz Dai Sousa-Sen), G-Mantle (um antigo mascote da SNK), Todoh (de Art of Fighting), Smart Chang (uma versão sarada de Chang), Cool Choi (uma versão mais alta e mais jovem de Choi), Saisyu Kusanagi, Another Iori (o protótipo de Iori) e Rugal. Os maniac strikers são escolhidos executando uma sequência de botões ao se selecionar o another striker, embora esse truque não funcione com todos - e por isso a lista de maniac strikers é bem menor que a de another strikers. Vale citar, por fim, que Kula jamais atua como striker; se o jogador fizer o truque de selecioná-la e escolhê-la como striker, quem atuará será sua irmã caçula, Candy Diamond.

Depois de KoF 2000, a SNK iria à falência; o jogo seguinte da série, The King of Fighters 2001, seria produzido pela Eolith, e lançado em dezembro de 2001 para arcades, só chegando em 2002 ao Neo Geo, Dreamcast e Playstation 2, para este último em uma edição que trazia tanto KoF 2000 (até então não disponível para o sistema) quanto KoF 01. A Eolith, infelizmente, não faria um trabalho inspirado, com o jogo tendo gráficos considerados inferiores aos do jogo anterior e nenhuma mudança de destaque na jogabilidade - pelo contrário, a melhor alteração de KoF 2000, os strikers alternativos, não estavam mais presentes.

A única mudança trazida por KoF 01 foi na composição dos times: assim como nos dois jogos anteriores, cada time era composto de quatro personagens, mas agora o número de lutadores e de strikers era a critério do jogador; dessa forma, era possível fazer uma equipe com quatro lutadores e nenhum striker, com três lutadores e um striker, com dois lutadores e dois strikers, ou até mesmo com um único lutador e três strikers. Assim como em Capcom vs. SNK 2, o número de lutadores no time afeta o dano que eles causam e o que eles sofrem (quatro lutadores causam pouco dano e recebem muito, enquanto um lutador causa muito dano e recebe pouco) para que as lutas ficassem equilibradas; o número de strikers, por outro lado, afetava a barra de super (que voltou para a parte inferior da tela), com equipes sem strikers tendo uma barra que enche lentamente e tem apenas um nível, enquanto times com três strikers têm uma barra que enche depressa e pode alcançar quatro níveis - usar um striker, aliás, agora gasta um nível da barra, sem usos limitados para cada striker por luta como até então. Não se sabe se propositalmente ou devido a algum bug, porém, o computador sempre lutava com times de três lutadores e um striker, ou seja, no modo para um jogador, o tamanho do time dependia exclusivamente da preferência do jogador, ficando a estratégia mais profunda restrita a lutas entre dois jogadores.

No enredo, KoF 01 fecha a história da NESTS, com um torneio organizado pelo cartel criminoso para tentar destruir os lutadores de uma vez por todas, enquanto os lutadores participam para tentar destruí-la de uma vez por todas - até dentre os fãs, as Crônicas da NESTS não são exatamente conhecidas por seu enredo profundo. O jogo traz nada menos que 40 personagens, dos quais apenas quatro são novos: May Lee, uma lutadora de taekwondo fã de Kim; Angel, uma garota parcamente vestida que tem um passado em comum com a NESTS; Foxy, em sua primeira aparição como lutadora; e K9999 (pronunciado "kay-four-nine"), um clone de Kyo que deu errado, e acabou com o poder de transformar seus braços em vários objetos. Os antigos são Kyo, Benimaru, Daimon, Shingo, K', Maxima, Whip, Lin, Iori, Vanessa, Seth, Ramon, Leona, Ralf, Clark, Heidern, Terry, Andy, Joe, Mary, Ryo, Robert, Yuri, Takuma, King, Mai, Hinako, Xiangfei, Athena, Kensou, Chin, Bao, Kim, Choi, Chang e Kula. Zero (o verdadeiro) retorna como um subchefe, com direito a três strikers: Krizalid, o leão Glaugan e o ninja Ron, rival de Lin. O último chefe é Igniz, o presidente da NESTS, que absorveu todas as informações recolhidas pelos três torneios dos quais a organização participou, se tornando superpoderoso.

Em janeiro de 2002, a Marvelous Entertainment conseguiria os direitos de KoF para lançar um jogo para o Game Boy Advance, chamado The King of Fighters EX: Neo Blood. A rigor, KoF EX é uma versão de KoF 99, com a mesma jogabilidade, mas, por alguma razão, usa os cenários e músicas de KoF 2000, e traz um conjunto de personagens próprio. Estão à disposição do jogador 18 personagens: Kyo, Benimaru, Terry, Andy, Mai, Ryo, Robert, King, Leona, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Bao, Kim, Chang, Choi e Moe Hachibana, uma personagem exclusiva, uma fã de Kyo que luta com um estilo parecido com o da Sakura da série Street Fighter. Qualquer um deles pode ser escolhido como striker, mas o jogo ainda traz dez strikers "exclusivos", personagens que só podem ser escolhidos como strikers, nunca para lutar: Shingo, Joe, Yuri, Whip, Chin, Jhun, K', Maxima, Vanessa e Yamazaki (esses quatro últimos são secretos, e são liberados após se concluir o jogo sob certas condições). O último chefe é Geese, e Iori é o subchefe, sendo que ambos também passam a ser selecionáveis após se concluir o jogo sob certas condições. KoF EX é uma dream match, ou seja, nada de enredo. Com especiais extremamente difíceis de serem executados e inteligência artificial que não sabia bem o que estava fazendo, o que o tornava fácil demais, o jogo não seria exatamente um sucesso nem de público nem de crítica.

Assim como a SNK fez em sua primeira saga, a Eolith decidiria encerrar a segunda com uma dream match. Assim surgiria The King of Fighters 2002: Be the Fighter (The King of Fighters 2002: Challenge to Ultimate Battle no Japão), ou simplesmente KoF 02, lançado em outubro de 2002 para arcades e mais tarde para Neo Geo, Dreamcast, Playstation 2 e Xbox. Sendo uma dream match, KoF 02 não possui história, e simplesmente coloca todos os lutadores das Crônicas da NESTS para lutar uns contra os outros - e contra alguns convidados da Saga de Orochi.

KoF 02 abandonaria o sistema de strikers de vez, retornando às lutas de três contra três usadas até KoF 98. A barra de super, por outro lado, traria novidades: ela continua enchendo conforme o personagem ataca e usa especiais, mas, agora, seu número máximo de níveis depende de em que posição o personagem está lutando - o que luta primeiro tem direito a três níveis, o segundo, quatro, e o terceiro, cinco. Além de para usar um super especial, um nível da barra pode ser usado para um movimento especial de esquiva e contra-ataque enquanto o personagem estiver sofrendo um combo, ou para acionar o modo MAX, durante o qual o dano causado pelo personagem é maior, o sofrido é menor, e super especiais podem ser usados livremente. O jogo também trazia especiais MAX, que só podiam ser usados em modo MAX, mas gastavam um nível a mais da barra, e especiais MAX2, que gastavam dois níveis a mais - ou seja, para usar um especial MAX2, é preciso ter no mínimo três níveis da barra.

KoF 02 tem 39 personagens disponíveis desde o início (Kyo, Benimaru, Daimon, Terry, Andy, Joe, Ryo, Robert, Takuma, Leona, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Chin, Mai, Yuri, May Lee, Kim, Chang, Choi, Iori, Mature, Vice, Yamazaki, Mary, Billy, Yashiro, Shermie, Chris, K', Maxima, Whip, Vanessa, Seth, Ramon, Kula, K9999 e Angel) e 4 secretos (Orochi Yashiro, Orochi Shermie, Orochi Chris e Kusanagi, que é Kyo com a aparência e os golpes de KoF 94), com Omega Rugal sendo mais uma vez o último chefe. As versões Playstation 2 e Xbox tinham três personagens secretos a mais (Geese, Goenitz e Orochi Iori), enquanto a versão Dreamcast tinha cinco personagens a mais desde o início (os três das versões Playstation 2 mais Shingo e King).

Em 2009, motivada pelo sucesso de The King of Fighters '98: Ultimate Match, a SNK lançaria The King of Fighters 2002: Unlimited Match, para Playstation 2 e Xbox 360. Essa versão trazia novos gráficos para todos os personagens e cenários, trilha sonora remasterizada, e novos especiais, incluindo MAX2, para diversos personagens; a principal novidade, entretanto, era a adição de 14 novos personagens desde o início do jogo (King, Shingo, Geese, Goenitz, Foxy, Hinako, Lin, Jhun, Xiangfei, Bao, Kasumi, Heidern, Kyo-1 e Kyo-2), cinco secretos (Omega Rugal, Krizalid, Clone Zero, Zero e Igniz) e quatro "supersecretos" (Kensou de Psycho Soldier, Takuma e Robert de Art of Fighting 2 e Geese de Real Bout Fatal Fury Special). Além desses personagens todos, Unlimited Match ainda trazia um personagem chamado Nameless ("sem nome", em inglês), que, na verdade, era K9999 (que não estava presente no jogo) com uma nova aparência e novos golpes - motivado por um processo movido contra a Eolith pela Kodansha, detentora dos direitos do mangá Akira (famoso aqui no Brasil graças ao anime em longa-metragem), que considerou K9999 plágio do personagem Tetsuo (que, diga-se de passagem, realmente tem a mesma aparência e mesmo poderes, e ainda por cima tem sua voz em KoF 01 e 02 dublada pelo mesmo ator que dubla Tetsuo no anime).

Em janeiro de 2003 seria lançado mais um jogo de Game Boy Advance pela Marvelous Entertainment, The King of Fighters EX2: Howling Blood. A Marvelous corrigiria os problemas encontrados no primeiro jogo, e KoF EX2 seria considerado o melhor de todos os jogos de luta lançados para o GBA. Dessa vez o jogo tem uma história própria, que mistura as duas sagas, com um executivo da NESTS chamado Gustav Munchausen tentando obter o poder de Orochi e manipulando um jovem chamado Sinobu, que tem os mesmos poderes de Goenitz, para que ele enfrente os demais lutadores. Assim como em KoF EX, a jogabilidade é a mesma de KoF 99, mas os cenários e músicas são os mesmos de KoF 2000. KoF EX2 também seria lançado para o N-Gage, o videogame portátil da Nokia, com o nome de The King of Fighters Extreme.

KoF EX2 traria 21 personagens à disposição do jogador, sendo três novos: Miu Kurosaki, colegial gótica que tem o poder de controlar corvos; Jun Kagami, dançarina que deseja o poder de Orochi, e para isso tenta seduzir Iori; e Reiji Ogami, enviado por Chizuru para investigar Munchausen, que luta incentivado por sua filhinha, que assiste às lutas no cenário e corre para abraçá-lo quando ele vence e consolá-lo quando perde. Os antigos são Kyo, Moe, Terry, Andy, Mai, Leona, Ralf, Clak, Kim, Chang, Choi, Athena, Kensou, Bao, Ryo, Yuri, Takuma e Iori. Não há strikers exclusivos, e todos os 21 podem ser usados como strikers. O último chefe é Sinobu, que pode ser selecionado com um truque.

Depois de KoF 02, a SNK ressurgiria das cinzas como SNK Playmore. Seu primeiro jogo de KoF lançado após o retorno seria The King of Fighters 2003, lançado em dezembro de 2003 para arcades e Neo Geo, e mais tarde para Playstation 2, Playstation 3 e Xbox. KoF 03 iniciaria uma nova saga, à qual não foi dado nome oficial pela SNK, mas que ficaria conhecida pelos fãs como "Saga dos Tesouros Sagrados" ou "Saga de Ash"; nela, o filho de Rugal planeja ressucitar Orochi, tomar para si seus poderes e usá-los para se vingar daqueles que derrotaram seu pai; seu principal oponente, entretanto, não será Kyo, e sim o jovem Ash Crimson - oficialmente, segundo a SNK, o novo protagonista de KoF. Andrógino (eu mesmo, durante anos, achei que fosse uma mulher) e sempre com uma cara de quem está lutando porque não tem nada melhor o que fazer, Ash nunca caiu verdadeiramente nas graças dos fãs, sendo seu protagonismo considerado forçado por grande parte dos jogadores.

KoF 03 traz 32 personagens à disposição do jogador; os novos, além de Ash, são Duolon, morto-vivo do mesmo clã de Lin e que usa uniforme parecido com o de Foxy, que se alia a Ash por um motivo que só ele sabe qual é; Shen Woo, que tem o poder de controlar o fogo, e se alia a Ash por uma promessa que este o fez mas ninguém sabe qual é; Malin, colegial que traz várias armas escondidas em seu uniforme; e mais Tizoc e Gato, ambos de Garou: Mark of the Wolves. Os antigos são Terry (pela primeira vez com a roupa que usa em Garou: Mark of the Wolves ao invés da de Fatal Fury), Joe, Ryo, Robert, Yuri, Kim, Chang, Jhun, Leona, Ralf, Clark, Kyo, Iori, Billy, Yamazaki, King, Mai, Mary, Benimaru, Shingo, Daimon, Hinoko, Athena, K', Maxima e Whip. Kusanagi e Chizuru são sub-chefes e podem ser selecionados com truques, sendo que Chizuru luta acompanhada pelo fantasma de sua irmã gêmea, Maki. O último chefe, para todos os efeitos, é Adelheid Bernstein, ou simplesmente Adel, o filho de Rugal, mas, se você tiver um bom desempenho durante as lutas, ganhará o direito de enfrentar o verdadeiro último chefe, Mukai, demônio que pertence a uma raça conhecida como Those From the Past ("aqueles do passado"), que precisa dos poderes combinados de Kyo, Iori e Chizuru (aos quais o jogo se refere como "os três Tesouros Sagrados", daí o nome da saga) para quebrar o selo que prende Orochi, e influencia a mente de Adel para que ele realize o torneio e os atraia.

A maior novidade de KoF 03 é que, sob influência de Marvel vs. Capcom, pela primeira vez é possível trocar de lutador durante a luta - mas com restrições. Como de costume, o jogador escolhe três personagens e a ordem na qual eles lutarão, sendo que, como em KoF 02, o primeiro tem direito a três níveis da barra de super, o segundo, quatro, e o terceiro, cinco; dessa vez, entretanto, durante a luta, pode surgir imediatamente acima de barra de super a frase "Change OK". Quando isso acontece, é possível fazer duas coisas, um Quick Shift ou um Switch-Off Attack, sendo que ambos trazem um dos personagens "reservas" para a luta, substituindo o que está lutando, com a diferença de que, no Switch-Off Attack, que gasta um nível da barra, o reserva entra executando um especial, enquanto no Quick Shift, que não gasta níveis, ele simplesmente entra na luta. De qualquer forma, o personagem que sai continua com a energia que estava, e o jogo continua com as mesmas regras: quando o personagem que está na tela é derrotado, o oponente ganha um pouco de energia, e o seguinte entra. Não há limite de vezes para se trocar de personagem, mas um "round" sempre termina e outro começa quando um deles é derrotado.

Os golpes MAX não existem mais, mas, para compensar, o primeiro personagem já começa a luta com os três níveis de sua barra de super cheios. Outra novidade é que, antes de cada luta, você pode definir qual será o líder do grupo (que não necessariamente será o primeiro a lutar), e esse personagem será o único que poderá usar um golpe chamado Leader Super Special Move, que gasta dois níveis da barra de super.

KoF 2003 seria o último jogo da série a trazer seu ano de lançamento em seu título, procedimento que a SNK Playmore adotaria para não ser "obrigada" a lançar um novo jogo por ano. Também seria o último a ser lançado para a placa AES, a placa de arcades criada pela SNK e usada para os jogos de Neo Geo; em 2004, a AES já era considerada ultrapassada, e, para seus próximos lançamentos, a SNK Playmore procuraria fazer acordos com fabricantes de placas mais modernas.

Mas isso é história para o terceiro e último post da série, que veremos por aqui em breve!

The King of Fighters

Parte 2

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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Escrito por em 5.9.16 com 0 comentários

The King of Fighters (I)

Vamos deixar uma coisa bem clara desde o início: eu não gosto de The King of Fighters. Talvez seja pelo sistema de lutas três contra três, talvez seja porque todo mundo tem magias e passa muito mais tempo lançando-as do que lutando de verdade, talvez seja porque o último chefe seja quase impossível de se derrotar, ou talvez seja implicância, já que, quando KoF foi anunciado como um jogo de luta que reunia personagens de vários jogos da SNK, eu fiquei meio frustrado porque não tinha nenhum de Samurai Shodown ou World Heroes, que eram meus preferidos (mais tarde eu descobri que World Heroes não era da SNK, e sim da ADK, mas mesmo assim não perdoei). Entretanto, acho que, mesmo assim, cabe fazer um post por aqui sobre a série, já que eu já falei de praticamente tudo quanto é jogo de porrada do Neo Geo, menos sobre KoF. Aliás, um post não, uns três, já que a série KoF possui um montão de jogos. Essa série de posts começa hoje, e, como de costume, será intercalada com outros assuntos, para que quem não é fã de KoF ou de jogos de porrada em geral não precise fugir daqui durante um mês. Portanto, peguem seus convites, hoje é dia de The King of Fighters no átomo.

Antes, um parêntese: nessa série de posts, eu vou falar só sobre os jogos de porrada de KoF. Nada de Quiz King of Fighters, The King of Fighters: Kyo, The King of Fighters: Battle de Paradise ou Neo Geo Heroes: Ultimate Shooting. Dito isso, comecemos.

Curiosamente, KoF originalmente não seria um jogo de porrada um contra um como os jogos mais famosos da SNK, e sim um jogo de "porrada com fases", no estilo de Final Fight ou Streets of Rage, estrelado por personagens provenientes dos jogos Fatal Fury e Art of Fighting. Com o título provisório de Survivor, esse jogo chegou a ter um demo produzido, no qual era possível jogar com Terry Bogard (de Fatal Fury) ou Robert Garcia (de Art of Fighting). Por motivos desconhecidos, esse projeto acabaria abandonado, mas a SNK gostaria da ideia de reunir personagens de Fatal Fury e Art of Fighting no mesmo jogo - afinal, ambos eram ambientados na mesma cidade, South Town, embora Art of Fighting o fosse em uma época anterior - e pediria para que as equipes responsáveis pelos dois jogos trabalhassem juntas, em um título no mesmo estilo e contendo personagens de ambos. As equipes escolheriam o nome The King of Fighters, baseado no subtítulo do primeiro Fatal Fury (Fatal Fury: King of Fighters), e também porque poderia ser o nome do torneio de luta que daria motivo para que todos esses personagens se reunissem. Para enfatizar essa ideia do torneio, o jogo traria o ano de seu lançamento no final do título, se chamando, oficialmente, The King of Fighters '94 - ou KoF 94 para simplificar.

A direção geral do jogo ficaria a cargo de Toyohisa Tanabe, que pediria para que não somente personagens de Fatal Fury e Art of Fighting fossem usados, mas também personagens novos, sob o argumento de que o jogo, assim, teria apelo junto a diferentes faixas etárias - os personagens de Fatal Fury e Art of Fighting agradando a quem já era fã dessas séries, e os novos a quem estava começando a jogar agora. As equipes de desenvolvimento levariam essa ideia ainda mais adiante, incluindo personagens de dois jogos da SNK anteriores ao lançamento do Neo Geo, Ikari Warriors e Psycho Soldier, para tentar atrair jogadores de uma época ainda mais antiga. Também por sugestão de Tanabe, o último chefe deveria ser "o mais violento e malvado chefe de um jogo de luta na história", o que talvez tenha dado origem à tradição de KoF ter últimos chefes praticamente impossíveis de serem vencidos. O sistema de times de três lutadores, porém, ao contrário do que muita gente pensa, não foi sugestão de Tanabe, e sim algo que a equipe responsável por Survivor havia decidido manter - já que Survivor seria um jogo para de um a três jogadores, com até três personagens no time, eles decidiriam que seria interessante se cada jogador de KoF 94 também pudesse controlar três jogadores.

Os times de KoF 94 são fixos - ou seja, o jogador já escolhe os três personagens de uma vez, não podendo misturá-los - e, ainda sob a influência do estabelecido por Street Fighter II, cada um desses times representa um país. O time "principal" é o do Japão, composto por três personagens novos: Kyo Kusanagi, protagonista da série e membro de uma linhagem capaz de controlar o fogo; Benimaru Nikaido, com poderes elétricos e o cabelo mais excêntrico da história dos jogos de luta; e Goro Daimon, lutador de judô cuja maioria dos golpes envolve agarrar e arremessar o oponente. O time da Itália é composto pelos três protagonistas de Fatal Fury, Terry Bogard, Andy Bogard e Joe Higashi; enquanto o time do México é formado pelos dois protagonistas de Art of Fighting, Ryo Sakazaki e Robert Garcia, e por Takuma Sakazaki, de Art of Fighting 2. O time da Inglaterra é o único exclusivamente feminino, com King (de Art of Fighting), Yuri Sakazaki (de Art of Fighting 2) e Mai Shiranui (de Fatal Fury 2); enquanto o time da Coreia do Sul é formado por Kim Kaphwan (de Fatal Fury 2) e dois personagens novos, os ex-presidiários Choi Bounge, baixinho que usa uma luva parecida com a do Freddy Krueger, e Chang Koehan, grandalhão que usa como arma uma daquelas bolas de ferro que costuma ser presa ao pé de presidiários em desenhos animados. O time da China é formado pelo velhinho Chin Gentsai, que luta como se estivesse bêbado, e pelos dois personagens de Psycho Soldier, Athena Asamiya, cantora de J-pop com poderes psiônicos e reencarnação da deusa grega Atena, e Sie Kensou, menino viciado em bolinhos de arroz; e o time do Brasil é composto por três personagens de Ikari Warriors, os militares Ralf Jones, Clark Still e Heidern. Finalmente, o time dos Estados Unidos é composto por três personagens novos e nada memoráveis, o jogador de futebol americano Brian Battler (uma referência ao jogo Football Frenzy), o jogador de basquete Lucky Glauber (referência ao jogo Street Hoop) e o lutador de boxe Heavy D! (com essa exclamação no final mesmo).

O enredo é praticamente inexistente: Rugal Bernstein, milionário traficante de armas que também atua como último chefe, tem como hobby lutar mano a mano para aprimorar suas técnicas. Cansado de enfrentar fracotes, ele decide viajar pelo mundo e convidar os lutadores mais fortes que encontrar para um novo torneio King of Fighters (o mesmo organizado por Geese Howard e Wolfgang Krauser na série Fatal Fury), dessa vez disputado por times de três lutadores cada, que enfrentarão uns aos outros pela honra de enfrentar Rugal - que luta sozinho, mas, acreditem, é tão forte quanto um time inteiro. Talvez até mais.

A luta entre trios, portanto, é a principal inovação do jogo, e a principal característica pela qual ele se tornaria conhecido. Diferentemente do que ocorre em, por exemplo, Marvel vs. Capcom, entretanto, você não pode alternar entre os membros do trio livremente durante a luta; no início de cada luta, você poderá escolher em qual ordem os três personagens serão usados, e o personagem seguinte só entrará na luta após o anterior ser nocauteado, sendo necessário nocautear todos os três personagens de um time para que ele seja derrotado. O personagem que vence cada luta recupera um pouco de sua energia e mantém sua barra de super no nível em que estava, e o que está perdendo, uma vez por luta, pode chamar a ajuda de um dos que estiverem de fora (se ainda houver algum, ou seja, nocauteados não ajudam), que entrará na luta, desferirá um golpe e sairá. Durante a luta, o jogador também pode executar comandos para dar um pulinho para a frente, esquivar de ataques, afastar o oponente com um encontrão, provocar o oponente, e para encher a barra de super manualmente.

Falando nisso, a barra de super possui apenas um nível, e só enche quando o personagem é atingido pelo oponente, mesmo que bloqueie - ou manualmente, embora, ao usar o comando para encher a barra, seu personagem fique indefeso e aberto a ataques enquanto ela estiver enchendo. Uma vez que a barra esteja totalmente cheia, o personagem ganha um bônus no dano de todos os seus ataques comuns, e a capacidade de usar o Super Especial, que esvazia a barra imediatamente - mas, assim como em outros jogos da SNK, se a energia de um personagem estiver em 25% ou menos e sua barra de energia piscando, ele poderá usar Super Especiais livremente, sem gastar a barra de super. Provocar o oponente faz com que ele perca um pouco da barra de super, e provocá-lo quando ele a está enchendo manualmente diminui a velocidade com que ela enche.

KoF 94 seria lançado para arcades em 25 de agosto de 1994, e para Neo Geo em outubro do mesmo ano. Rapidamente, ele se tornaria um dos jogos mais populares da SNK e um dos mais vendidos no Neo Geo, mas, devido ao grande poder de processamento e quantidade de memória necessários para gerenciar as lutas entre times de três, superiores às dos demais consoles da época, ele não ganharia tão cedo uma versão para outro sistema: apenas em 2004, para comemorar os dez anos de seu lançamento, é que seria lançada uma versão para Playstation 2, chamada The King of Fighters '94 Re-Bout, que, além do jogo original, trazia uma nova versão com gráficos em alta resolução, a possibilidade de se editar os times livremente (podendo serem escolhidos três personagens de três times diferentes, por exemplo), e a de se jogar com Rugal ou com Saisyu Kusanagi, pai de Kyo.

O sucesso de KoF 94 levaria, evidentemente, a uma continuação, The King of Fighters '95, lançado em julho de 1995 para arcades e em novembro para Neo Geo, ganhando versões no ano seguinte para Playstation e Saturn. Em termos de jogabilidade, KoF 95 é bastante semelhante a KoF 94, com as únicas diferenças sendo um aumento na velocidade do jogo e que os personagens ganharam a possibilidade de fazer um rápido ataque imediatamente após esquivar. Infelizmente, uma espécie de bug faria com que alguns especiais e Supers causassem mais dano quando bloqueados do que se atingissem em cheio, o que tornava meio difícil saber se era melhor bloquear ou não.

A maior novidade trazida por KoF 95 foi o Team Edit. Mais uma vez, estavam à disposição do jogador oito times de três personagens cada, mas, antes de você escolher qual time queria, o jogo perguntava se você queria ativar o Team Edit; escolhendo sim, era possível escolher seus três lutadores livremente, sem precisar seguir a formação original dos times. Dos 24 personagens à disposição do jogador, 21 estariam de volta; apenas os três lutadores do time dos Estados Unidos ficariam de fora, substituídos por um time formado por Eiji Kisaragi (de Art of Fighting 2), Billy Kane (de Fatal Fury) e um personagem novo, Iori Yagami, rival de Kyo que tem em suas veias o sangue de Orochi, que lhe confere alguns poderes psiônicos. Diferentemente do que ocorria em KoF 94, em KoF 95 os times não representam países, mas, como também não têm qualquer nome, a maioria dos jogadores ainda se refeririam a eles pelos países de KoF 94, sendo o novo time o dos Estados Unidos; extra-oficialmente, a SNK usaria vários nomes para se referir aos times, sendo os mais comuns o Rivals Team ("time dos rivais") para o de Iori e o Hero Team (o "time dos heróis") para o de Kyo, além dos óbvios Fatal Fury Team e Art of Fighting Team.

KoF 95 começaria a chamada Saga de Orochi, uma história que se desenrolaria pelos dois títulos seguintes, formando uma trilogia; nessa primeira parte, entretanto, as referências ao tal de Orochi são bem poucas, com apenas sendo citado que Iori possui o sangue de Orochi e que Rugal deseja obter seus poderes. Rugal, aliás, é mais uma vez o último chefe, dessa vez ainda mais poderoso e usando o nome de Omega Rugal (God Rugal no Japão; evidentemente, o nome seria alterado no ocidente para evitar problemas de ordem religiosa); Saisyu, o pai de Kyo, também estrearia nesse jogo como um sub-chefe, devendo ser enfrentado antes de Omega Rugal - não porque ele seja aliado do vilão, mas porque, com seus novos poderes, Rugal fez lavagem cerebral em Saisyu e o obrigou a ajudá-lo. Aliás, o jogo até faz um certo suspense para evitar que se saiba que Rugal é mais uma vez o último chefe, dando a entender que seria Saisyu.

KoF 95 também ganharia uma versão para o Game Boy, que, como vocês devem estar imaginando, não era lá essas coisas. 15 personagens estavam à disposição do jogador (Kyo, Benimaru, Mai, Yuri, Iori, Billy, Eiji, Terry, Joe, Ryo, Athena, Kensou, Heidern, Ralf e Kim), com os times podendo ser formados livremente; Saisyu é o subchefe e Omega Rugal o último chefe, e ambos podem ser selecionados através de códigos; e Nakoruru (de Samurai Shodown) é uma lutadora secreta. Contribuem para que o jogo não seja bom o fato de que os lutadores são minúsculos e todos de aparência muito semelhante, o de que o Game Boy só tem dois botões, e o de que o dano causado por cada golpe é mínimo, com a maioria das lutas terminando porque acabou o tempo. Vale destacar, entretanto, que o jogo tem suporte ao Super Game Boy (o periférico que permitia jogar jogos de Game Boy no Super Nintendo), e, se este for utilizado, é possível jogar no modo versus com os dois controles do SNES, algo que não era nada comum. Vale citar também que, além da opção de três contra três, a versão Game Boy de KoF 95 possui uma opção de luta um contra um.

A Saga de Orochi continuaria em The King of Fighters '96, lançado em julho de 1996 para arcades, e mais tarde para Neo Geo, Playstation e Saturn. KoF 96 traria drásticas diferenças em relação a seus predecessores, começando pelo fato de que todos os personagens ganhariam novos e aprimorados gráficos e animações, com os antigos sendo refeitos do zero ao invés de apenas modificados. A esquiva seria substituída por um movimento que fazia o personagem rolar no chão, bem mais eficiente, e o pulinho para a frente seria substituído por uma corrida, ao estilo de outros jogos de luta. O bug de KoF 95, evidentemente, foi solucionado, e a mecânica dos pulos foi alterada, com agora cada personagem sendo capaz de pulos de diferentes alturas e distâncias dependendo da forma como o direcional era pressionado. Todos os golpes comuns e especiais também foram refeitos, para que os personagens se tornassem o mais diferentes possível uns dos outros, e agora era possível "cancelar" um ataque ou movimento que estava em andamento gastando um pouco da barra de super, para pegar o oponente de surpresa - por exemplo, era possível começar a rolar, cancelar o movimento e emendar um especial. Se o personagem executar um Super Especial com a barra de super cheia e a energia piscando, ele causará mais dano que um Super usado com somente um desses requisitos. Finalmente, uma novidade que atuava mais como curiosidade que como mecânica de jogo era o fato de que, dependendo de qual time você formasse, os personagens que estavam de fora podiam se recusar a ajudar o que estava lutando baseado em suas relações interpessoais - Iori, por exemplo, jamais ajudaria Kyo.

A formação dos times a partir de KoF 96 é totalmente livre, sem a opção de se escolher times fixos. Ao todo, 27 personagens estão disponíveis para o jogador, sendo 20 antigos (Kyo, Benimaru, Daimon, Terry, Andy, Joe, Ryo, Robert, Yuri, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Chin, Chang, Choi, Kim, Mai, King e Iori) e sete novos: Geese Howard (de Fatal Fury), Wolfgang Krauser (de Fatal Fury 2), Mr. Big (de Art of Fighting), Kasumi Todoh (de Art of Fighting 3), Leona Heidern, a filha de Heidern, que também tem sangue de Orochi, e mais Mature e Vice, ex-secretárias de Rugal que agora se aliaram a Iori, sendo que Mature usa golpes rápidos e de pouco dano, enquanto Vice usa golpes de execução lenta e dano brutal - e que, por alguma razão bizarra, têm suas aparências baseadas nas das vocalistas da banda The Human League. Vale citar que Geese, Krauser e Mr. Big são conhecidos extra-oficialmente como o Boss Team (o "time dos chefes").

O novo torneio King of Fighters é organizado por Chizuru Kagura, que planeja recrutar tanto Kyo quanto Iori para ajudá-la a selar o demônio Orochi de uma vez por todas; com o uso indiscriminado de poderes de Orochi pelos lutadores, ele obteve poder para quase se libertar, e destruirá o mundo se o fizer. Assim como Saisyu em KoF 95, Chizuru posa de último chefe, mas é, na verdade, apenas a subchefe; o verdadeiro último chefe é Leopold Goenitz, que também tem sangue de Orochi, é o mais hábil do planeta na utilização de seus poderes, e principal responsável pelo selo de Orochi estar se enfraquecendo.

KoF 96 também ganharia uma versão para o Game Boy, que mantinha a opção de luta um contra um e a possibilidade de se jogar versus no Super Game Boy, e corrigia o problema do dano mínimo, mas ainda tinha personagens minúsculos. Nessa versão estão disponíveis Kyo, Daimon, Mai, Iori, Mature, Terry, Andy, Ryo, Robert, Athena, Leona, Geese, Krauser, Mr. Big e Chizuru; com Orochi Iori, Orochi Leona e Mr. Karate (de Art of Fighting) sendo personagens secretos. Goenitz é o último chefe, mas é liberado para ser usado normalmente quando se termina o jogo; Chizuru, independentemente de se você escolhê-la ou não, é sempre a subchefe.

A Saga de Orochi se concluiria em The King of Fighters '97, lançado em julho de 1997 para arcades, e mais tarde, mais uma vez, para Neo Geo, Playstation e Saturn. O torneio King of Fighters agora é organizado por três integrantes de uma banda, que possuem o sangue de Orochi, e, ao contrário de Chizuru, querem mais é que o selo se rompa e Orochi domine o planeta. Muitos dos participantes tentam impedi-los, outros estão lá por motivos pessoais.

KoF 97 conta com 29 personagens à disposição do jogador. 23 deles são antigos: Kyo, Benimaru, Daimon, Chizuru, Mai, King, Ryo, Robert, Yuri, Terry, Andy, Joe, Athena, Kensou, Chin, Leona, Ralf, Clark, Kim, Chang, Choi, Billy e Iori. Os 6 novos são Ryuji Yamazaki, Blue Mary (ambos de Fatal Fury 3); Shingo Yabuki, adolescente que é o maior fã de Kyo, é treinado por Saisyu, e reproduz todos os seus golpes, mas sem o poder do fogo, o que faz com que seus efeitos sejam diferentes; e mais os três membros da "banda Orochi", o grandalhão Yashiro Nanakase, de movimentos lentos e golpes que causam muito dano, a enigmática Shermie, de movimentos rápidos e muitos agarrões e arremessos, e o andrógino Chris (a própria SNK jamais especificou se Chris era oficialmente menino ou menina), de muitos movimentos aéreos e combos. O jogo tem ainda um "personagem secreto", uma segunda versão de Kyo com os mesmos golpes de KoF 94 - quando todos os golpes e especiais foram refeitos em KoF 96, Kyo foi um dos personagens mais alterados, o que fez com que muitos jogadores pedissem para que, no jogo seguinte, ele retornasse para seus golpes originais; ao invés de fazer isso, a SNK colocou dois Kyos no jogo, sendo um deles secreto, mas que, para todos os efeitos de jogo, inclusive o final, é o mesmo Kyo. Curiosamente, essa ideia deu tão certo que acabou fazendo com que clones de Kyo, com diferentes características e golpes, fossem adicionados aos jogos seguintes da série.

Uma novidade interessante de KoF 97 é a adição dos personagens Orochi - personagens que tenham o sangue de Orochi, dominados pelo poder do demônio. Ao invés de simplesmente serem os mesmos personagens com novos golpes ou novas cores, os Orochi se comportam como personagens totalmente diferentes daqueles nos quais se baseiam, tendo outra aparência, falando outras frases, e, evidentemente, usando outros golpes. Ao todo, o jogo tem cinco personagens Orochi, todos atuando como subchefes (mas podendo ser selecionados com códigos): primeiro, o jogador enfrentará Orochi Leona ou Orochi Iori, dependendo de quais personagens estiver usando e quão bem estiver lutando, depois, ele deverá enfrentar um trio composto por Orochi Yashiro, Orochi Shermie e Orochi Chris. Para todos os efeitos, esse "trio de Orochis" é o último chefe, mas, após eles serem derrotados, o próprio Orochi possui o corpo de Chris, e uma luta contra ele começa - em outras palavras, Orochi é o verdadeiro último chefe do jogo, e derrotá-lo encerra sua ameaça para sempre.

Em termos de jogabilidade, KoF 97 trouxe um sistema parecido com o de Samurai Shodown 3: no início do jogo, o jogador pode escolher se vai querer usar o modo Advanced ou o modo Extra. No modo Extra, o jogo se comporta como KoF 94 ou 95, com o pulinho para a frente, a esquiva, os pulos simples, e uma barra de super de apenas um nível, sendo a única característica de KoF 96 presente o fato de o dano do Super ser maior se tanto a barra de super estiver cheia quanto a barra de energia estiver piscando. O modo Advanced conta com a rolagem, a corrida, o cancelamento e os pulos de KoF 96, mas com uma barra de super totalmente nova, que conta com três níveis e enche conforme o personagem acerta o oponente e usa especiais, não podendo se encher manualmente. Nesse modo, o jogador pode escolher gastar um nível da barra para ganhar um bônus em seus ataques e sua defesa durante alguns segundos (ao invés de ganhar o bônus no ataque automaticamente quando a barra está cheia), ou para usar um Super, sendo que é possível usar Supers de nível 2 (mais poderosos, mas que gastam dois níveis) ou de nível 3 (ainda mais poderosos, mas que gastam todos os três níveis), e não é possível usar supers com a energia piscando sem gastar barra de super.

Outra novidade trazida por KoF 97 foi que as relações interpessoais entre os personagens, além de influenciar se eles ajudarão ou não o que está lutando, influenciam a forma como a barra de super se comporta: dependendo do relacionamento entre o personagem seguinte e o que acabou de ser nocauteado, o seguinte pode já começar a luta com parte da barra de super cheia, com o mesmo nível que o nocauteado tinha, ou com ela totalmente vazia. Para evitar que os jogadores precisassem decorar quem ia com a cara de quem, bastava pressionar o botão Start na tela de seleção de personagens após ter escolhido um ou dois para que ícones surgissem junto às faces dos demais, indicando quais eram seus níveis de relacionamento com os já escolhidos.

Em março de 1998, KoF ganharia seu primeiro jogo para o Neo Geo Pocket, a primeira versão (monocromática) do portátil da SNK. Chamado The King of Fighters R-1 (de "Round 1"), esse jogo, assim como os demais do Neo Geo Pocket, trazia personagens no estilo super deformed (SD), aquele no qual se parecem com adultos em miniatura, com corpo pequeno mas cabeça, mãos e pés grandes. A história é a mesma de KoF 97, mas apenas 14 personagens estão presentes: Kyo, Chizuru, Iori, Terry, Ryo, Kim, Mai, Yuri, Athena, Shingo, Leona, Yashiro, Shermie e Chris. Todos os cinco Orochis estão presentes e podem ser selecionados através de truques, assim como Kyo '94. Orochi é o último chefe, e também pode ser selecionado com um truque. Assim como os jogos de Game Boy, KoF R-1 tem a opção de lutas três contra três ou um contra um; a jogabilidade, porém, é bem melhor, com todos os elementos da versão Neo Geo, inclusive os modos Advanced e Extra, presentes.

Com o fim da Saga de Orochi, a SNK tentaria algo diferente com o jogo seguinte da série, The King of Fighters '98: The Slugfest (The King of Fighters '98: Dream Match Never Ends no Japão), lançado em julho de 1998 para arcades e mais tarde para Neo Geo, Playstation e Dreamcast (para esse último com o estranho título de The King of Fighters: Dream Match 1999). Como o subtítulo japonês e o do Dreamcast atestam, KoF 98 é uma dream match, um torneio fictício e fora de cronologia envolvendo quase todos os lutadores presentes na série até então, até aqueles que, segundo a história, haviam morrido. Assim, estão à disposição do jogador nada menos que 38 personagens: Kyo, Benimaru, Daimon, Terry, Andy, Joe, Ryo, Robert, Yuri, Leona, Ralf, Clark, Athena, Kensou, Chin, Chizuru, Mai, King, Kim, Chan, Choi, Yashiro, Shermie, Chris, Yamazaki, Mary, Billy, Iori, Mature, Vice, Heidern, Takuma, Saisyu, Heavy D!, Lucky, Brian, Shingo e Rugal. Shingo também atua como subchefe, e Omega Rugal é o último chefe. Curiosamente, o time composto por Takuma, Heidern e Saisyu é conhecido extra-oficialmente como Old Men Team, o "time dos velhos".

Em termos de jogabilidade, KoF 98 é idêntico a KoF 97, com uma única diferença: toda vez que um personagem perde, seu time recebe um bônus, dependendo do modo escolhido - no modo Advanced, o personagem seguinte tem mais um nível na barra de super, até um máximo de 5, enquanto no modo Extra a barra de super de cada personagem seguinte enche mais rapidamente que a do anterior. Com o sucesso de Kyo '94 e dos Orochis, a SNK também decidiria incluir nada menos que 12 personagens secretos, todos selecionáveis através de códigos: Orochi Yashiro, Orochi Shermie, Orochi Chris, Kyo '95, Andy '95, Joe '95, Ryo '95, Robert '95, Yuri '95, Real Bout 2 Terry, Real Bout 2 Mai e Real Bout 2 Billy; os Orochis são idênticos aos de KoF 97, enquanto os personagens '95 têm os mesmos golpes de suas versões de KoF 95, e personagens Real Bout 2 têm os mesmos golpes, aparência e estilo de luta que suas versões presentes no jogo Real Bout Fatal Fury 2: The Newcomers.

Por todas as suas características, KoF 98 é considerado, até hoje, o melhor da série. Isso se refletiria no fato de que, assim como KoF 94, KoF 98 ganharia uma versão comemorativa de dez anos, chamada The King of Fighters '98: Ultimate Match, lançada em 2008 para arcades (para a placa Taito Type X, já que a SNK já não fazia mais jogos para a placa do Neo Geo), Playstation 2 e Xbox 360. Ultimate Match trazia um terceiro modo além do Advanced e do Extra, o Ultimate, que, na verdade, era um modo customizável no qual o jogador podia misturar características dos dois anteriores (usando o pulinho do Extra com a barra de super do Advanced, por exemplo), mas sua principal novidade era a adição de muitos personagens novos. Sete deles (Eiji, Kasumi, Geese, Krauser, Mr. Big, Goenitz e Orochi) estavam disponíveis desde o início, o que fazia com que Ultimate Match tivesse à disposição do jogador todos os personagens de KoF 94, 95, 96 e 97; outros seis (Orochi Leona, Orochi Iori, Real Bout 2 Yamazaki, Real Bout 2 Mary, Real Bout 2 Geese e AoF2 King, uma versão de King com a aparência e os golpes que ela tinha em Art of Fighting 2) eram secretos, o que aumentava o número de secretos para 18. Além disso, Orochi Iori ou Orohi Leona substituíam Shingo como subchefe antes da luta contra Omega Rugal.

Em março de 1999 seria lançado The King of Fighters R-2, para o Neo Geo Pocket Color, a segunda versão (colorida) do portátil da SNK. Na história, Rugal está criando clones dos participantes do torneio King of Fighters, e deve ser impedido. Mais uma vez, o jogo conta com 14 personagens: Kyo, Saisyu, Shingo, Athena, Yuri, Kasumi, Terry, Ryo, Mai, Leona, Iori, Yashiro, Shermie e Chris. Omega Rugal é o último chefe, e pode ser selecionado com um truque. Dessa vez, são oito personagens secretos: Kyo '94, Ryo '94, Yuri '94, Real Bout 2 Terry, Real Bout 2 Mai, Orochi Yashiro, Orochi Shermie e Orochi Chris (sendo que esses três últimos também são os subchefes antes de Rugal). Todas as características de KoF R-1 estão presentes, mais o novo modo Making, no qual você pode realizar tarefas específicas para evoluir os personagens, aumentando características como dano e velocidade dos golpes.

Chega. Na próxima parte, as Crônicas da NESTS!

The King of Fighters

Parte 1

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